sábado, novembro 20, 2010
Não se ensina o coração
Ando de roda das palavras agora
A tentar rodear o sentido
E nada faz sentido já.
Desistimos
Abandonamos o sonho, a esperança
Ficamos estranhos.
Refugio-me no escuro
Retomo os antigos discos de vinil negro
Viajo por entre as músicas preferidas de à 30 anos
Dou-me conta do tempo, o tempo voa não pára
Só nós paramos o amor. Um abismo. Construímos um muro.
O frio em nós. É Outono, o tempo incerto.
Faz tempo que abandonei as palavras
A arvore, o pequeno jardim, as mesas da esplanada,
O pequeno café ao final da tarde
Onde nos víamos por dentro olhos nos olhos
O muro em pedra antiga a separar da rua também ela perdida no tempo.
Da ultima vez que te olhei
Estava um pardalito assustado no muro à espera
Que fossemos embora para debicar migalhas espalhadas na mesa
Ainda me recordo dele. Por um relâmpago de tempo olhamo-nos
Não teve medo, permaneceu á espera
Só nós partimos.
Não se ensina o coração a amar
Antas Novembro 2010
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6 comentários:
O teu regresso aqui prova que não abandonaste as palavras. Que me fizeram tanta falta!
Abraço frente ao mar.
:)
"Não sei o efeito das palavras no coração das pessoas"
"Assim como gosto das palavras! "
João Marinheiro
*
Gosto do seu mar de palavras...do ondular delas..do sal que se cola na pele...
.
Ainda bem que nao se ensina o coração amar...
*
"Azul, são olhos com mar dentro?"
:)))
****
Um domingo cheio de brisas mansas*
Não, não se ensina o coração a amar. O coração nos prega peças, somos acometidos de amor, de ternura, inesperadamente.
Viver com muros, com silêncios, com olhares que não se olham é muito ruim.
Obrigada pela visita, lembro que eu vinha por aqui a algum tempo atrás.
abraço
João, estive a andar por Portugal. Foram maravilhosos 20 dias. De lugares muito bonitos, de muitas histórias, de castelos e mais castelos...quanta saudade eu tenho. Quanta coisa a ser vista, a ser sentida. Adorei!
No meu outro blog tem mais fotos, tem meus encontros com os blogueiros - conheci três mulheres e dois homens. Muito bom estes contatos, do virtual para o real.
Muitas lembranças e saudades.
abraço.
Feliz a hora em que me comentaste...
Assim cheguei até aqui...
Nadando por mares deconhecidos. Aprazíveis...
"ficamos estranhos"... ando a lutar todos os dias contra isto... desabafo piegas de quem vê o tempo a caminhar mais depressa do que as próprias pernas e a memória...
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