Acabam-se as coincidências, as palavras, passado o assombro inicial, o choque frontal do olhar. Afastam-se as cortinas do tempo e deixamos de ser importantes, com interesse, a curiosidade desfeita. A paixão saciada. É o tempo outra vez, o tempo das partidas.
Estoura-me a cabeça por dentro
Queria estar aqui e queria estar longe
Em outro lugar do mundo
Onde os minutos fossem sem tempo e os relógios estivessem parados nas doze horas certas
O sol no zénite a indicar o sul
E o vento a soprar do norte fresco.
Gostava de ti. Gosto de ti
És uma espécie de vento que eu gosto de sentir na pele
Sempre a rondar sempre a saltar de quadrante
A obrigar a manobra de velas
Para ficar de feição
Já não sei
Afeiçoei-me a ti
E agora que me dizes estares de partida
Sinto um enorme cansaço
Cansaço de estar cansado.
A dizeres-me que vais embora também
Levas contigo o brilho dos teus olhos negros
O perfume do teu cabelo negro
A paixão de um dia tão breve e tão intenso
E eu fico sombrio por dentro
A desejar dar-te um último abraço
E não consigo
Os braços caem e ficam pendentes no corpo
As velas a bater, um oceano sem vento
A calmaria podre
A imaginar o amanhã quando não estiveres para te dar os bons dias
Sem saber se os dias que se avizinham são os dias bons ou os dias da ausência
Terei irremediavelmente de te escrever uma carta de saudade ao serão
Das noites frias
Como o condenado a existir só
Estoura-me a cabeça por dentro
Queria estar aqui e queria estar longe
Em outro lugar do mundo
Onde os minutos fossem sem tempo e os relógios estivessem parados nas doze horas certas
O sol no zénite a indicar o sul
E o vento a soprar do norte fresco.
Gostava de ti. Gosto de ti
És uma espécie de vento que eu gosto de sentir na pele
Sempre a rondar sempre a saltar de quadrante
A obrigar a manobra de velas
Para ficar de feição
Já não sei
Afeiçoei-me a ti
E agora que me dizes estares de partida
Sinto um enorme cansaço
Cansaço de estar cansado.
A dizeres-me que vais embora também
Levas contigo o brilho dos teus olhos negros
O perfume do teu cabelo negro
A paixão de um dia tão breve e tão intenso
E eu fico sombrio por dentro
A desejar dar-te um último abraço
E não consigo
Os braços caem e ficam pendentes no corpo
As velas a bater, um oceano sem vento
A calmaria podre
A imaginar o amanhã quando não estiveres para te dar os bons dias
Sem saber se os dias que se avizinham são os dias bons ou os dias da ausência
Terei irremediavelmente de te escrever uma carta de saudade ao serão
Das noites frias
Como o condenado a existir só
João marinheiro 2008
Fotografia de Rattus, www.olhares.com
7 comentários:
Bonito.... este? sim... este eu entendi perfeitamente, claramente, tão transparente como as água por onde navegas... Muita sorte :)
Pena os braços terem caido...são tão bons os abraços...
"Gostava de ti. Gosto de ti
És uma espécie de vento que eu gosto de sentir na pele..."
linda imagem... beijo marinheiro
porque te foste
antes do pôr-do-sol.
porque não ficaste
até ao amanhecer.
agora o caminho é tão longo,
não consigo fazê-lo sózinha!
a sós, a noite é a parte mais triste do dia!
dois olhos não conseguem
planear um horizonte,
seguir as estrelas cadentes,
ver a lua cheia...
dois olhos não conseguem entreolhar-se,
seduzir-se,
pedir aos lábios que se beijem...
não consigo fazê-lo sózinha!
sei que quero seguir
os passos do amor.
quatro... lado a lado!
agora que apenas dois tenho...
não consigo fazê-lo sózinha!
porque não ficaste?
tenho que escrever-te
uma carta de amor
um beijo, joão
gostei das palavras, como sempre gosto, mas não consegui ver a imagem. sofia
João!
Entendo esse cansaço.
Melhor do que possas imaginar.
Mas sabes...
Não penses no amanhã.
Pensa nos momentos LINDOS que viveste hoje e guarda-os bem dentro de ti. e quando a saudade apertar, recorda-os com carinho. E escreve sim. Todas as cartas de amor, todas as cartas de saudade que o teu coração mandar.
Abraço daqui
Azul
Se a partida não existisse... o regresso não fazia sentido...
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