..."Às vezes escrevo-te palavras que sinto intensas. Que saem de dentro a esvaziar-me todo, a alma ao avesso de mim, a alma ao comprido como uma queda na rua. Às vezes uma autêntica maré vaza, escoado. Maré viva de amplitude máxima. Como uma praia que já não é a nossa praia.
Ficam as pedras frias desnudas, a descoberto na praia da memória, a tal praia secreta no cabo do mundo que já não é.
Como escrever-te uma carta a falar de saudades sem sentir saudade tua..."
Fotografia de Barcoantigo em 2009