Hoje sinto-te frágil e não sei de noticias que aliviem este sentir que tenho comigo.
Dou voltas e voltas à memória e continuo a sentir-te assim deste modo que penso frágil.
Demasiado frágil. Demasiado insegura. Demasiado inquieta. Demasiado nervosa. Demasiado cansada. Demasiado fechada em ti.Hoje sinto-te demasiado só. É assim que te sinto hoje. Ainda me dizes que és como uma andorinha. Mas eu imagino-te sempre uma andorinha. Eu sei que estás de partida. De mim. Do meu sentir. Eu sei.
Perdoa ter buscado a tua companhia mas o teu voar encanta-me. Encanta-me ainda se é importante saberes.
Sinto-te demasiado sensível, e eu sei como é ser assim. E não me dás noticias. Espero sempre as que chegam aos poucos. Chegam em quantidade ínfima quando te lembras que eu também voo. O grave é que te lembras pouco. Pelo menos eu acho. E eu lembro-me muito de ti. Da tua graciosidade no céu. Os voos rasantes que fazes junto a mim. Parece que sinto o calor do teu corpo como uma aragem que me consola. O som do teu coração pequenino batendo rápido como rápido é o teu voar. Quero agarrar-te nos braços nesses instantes e ir contigo. Não te dás conta? Nunca te dás conta do meu querer? Sei que estás de partida. Não posso reter-te. És livre de voar, eu é que gostava de ir contigo, mas o mar não tem asas. Tem sonhos e pesadelos que são coisas completamente distintas. Mas voar contigo é um sonho. Perdoa-me por eu sonhar e assim te prender no meu sonho. Sei que não devo. Mas vou continuar aqui à tua espera, e quando voltares na próxima primavera eu vou estar cá esperando por ti. Chegas, e eu feliz, fico como a maré-viva enorme. Transbordante. Plena. É a forma possível de te dizer o quanto gosto de ti. Eu sei que é pouco, que mereces mais, mas não tenho asas. Às vezes tenho tempestades. Ventos ciclónicos que rasgam e atiram as velas brancas dos velhos barcos pelos ares, e elas sim, parecem asas feridas. Mas não é por mal que faço isto. Acredita que não, é uma coisa que vem do fundo, das profundezas onde a luz não chega. É uma forma de dizer que vivo, que estou vivo, luto por me manter vivo. Acredita que também sou frágil, não sou um mar infinito. E hoje sinto-me um pouco doente até. Mas passa. Na próxima maré-cheia renovo-me.
E hoje talvez por me sentir sensível te sinto no corpo triste…
Dou voltas e voltas à memória e continuo a sentir-te assim deste modo que penso frágil.
Demasiado frágil. Demasiado insegura. Demasiado inquieta. Demasiado nervosa. Demasiado cansada. Demasiado fechada em ti.Hoje sinto-te demasiado só. É assim que te sinto hoje. Ainda me dizes que és como uma andorinha. Mas eu imagino-te sempre uma andorinha. Eu sei que estás de partida. De mim. Do meu sentir. Eu sei.
Perdoa ter buscado a tua companhia mas o teu voar encanta-me. Encanta-me ainda se é importante saberes.
Sinto-te demasiado sensível, e eu sei como é ser assim. E não me dás noticias. Espero sempre as que chegam aos poucos. Chegam em quantidade ínfima quando te lembras que eu também voo. O grave é que te lembras pouco. Pelo menos eu acho. E eu lembro-me muito de ti. Da tua graciosidade no céu. Os voos rasantes que fazes junto a mim. Parece que sinto o calor do teu corpo como uma aragem que me consola. O som do teu coração pequenino batendo rápido como rápido é o teu voar. Quero agarrar-te nos braços nesses instantes e ir contigo. Não te dás conta? Nunca te dás conta do meu querer? Sei que estás de partida. Não posso reter-te. És livre de voar, eu é que gostava de ir contigo, mas o mar não tem asas. Tem sonhos e pesadelos que são coisas completamente distintas. Mas voar contigo é um sonho. Perdoa-me por eu sonhar e assim te prender no meu sonho. Sei que não devo. Mas vou continuar aqui à tua espera, e quando voltares na próxima primavera eu vou estar cá esperando por ti. Chegas, e eu feliz, fico como a maré-viva enorme. Transbordante. Plena. É a forma possível de te dizer o quanto gosto de ti. Eu sei que é pouco, que mereces mais, mas não tenho asas. Às vezes tenho tempestades. Ventos ciclónicos que rasgam e atiram as velas brancas dos velhos barcos pelos ares, e elas sim, parecem asas feridas. Mas não é por mal que faço isto. Acredita que não, é uma coisa que vem do fundo, das profundezas onde a luz não chega. É uma forma de dizer que vivo, que estou vivo, luto por me manter vivo. Acredita que também sou frágil, não sou um mar infinito. E hoje sinto-me um pouco doente até. Mas passa. Na próxima maré-cheia renovo-me.
E hoje talvez por me sentir sensível te sinto no corpo triste…
João 2006
Fotografia de Leonel Braga Pinheiro/www.olhares.com
1 comentário:
Numa primeira visita, um texto de vôos que são de partida mas que voltam, talvez na brisa da saudade.
Gostei do texto. Parabéns pelo blog.
Um beijo
Enviar um comentário