quarta-feira, março 06, 2013

Do vento...


 
É uma noite atrasada no tempo e demasiada escassa
Quase sem estrelas, um céu nublado por nuvens de chuva suspensa
Nos olhos. Os nossos brilhantes
Tu a provocar-me
Eu a dizer-te que a pele na  tua cintura  estava fria
Tu a dizer-me que não era ai que estavas quente
O mar alteroso a avançar por dentro de mim
As ondas na praia, a espuma a molhar o rosto
Os barcos meia-lua altivos descansavam da arte na duna
Silhuetas ternas na noite fria desafiavam o vento.
E o meu corpo tremia nem o teu abraço me aquecia
A tua pele fria ainda
E os teus olhos semicerrados na noite a brilhar
Eu sem jeito já
Tu a desafiares-me os sentidos, eu a esconder a vontade
Porque toda tu és o meu desejo hoje
A noite demasiado pequena
A chuva a cair de mansinho
O teu corpo salpicado de mar…
 
João Marinheiro S. Paio de Antas 2013
Fotografia de João Redondo- www.olhares.com

3 comentários:

Bruxinha disse...

Sempre sem jeito... é do melhor...
Quando é bom é sempre demasiado curto, demasiado pequeno.

Maria disse...

Não te sei comentar.
Talvez tenha perdido as palavras...
Saudades de te ler. O poema é belo!

Abraço quase a ver o farol da ilha.

BeatriceMar disse...

sempre o mesmo estilo peculiar de escrever

sempre a mesma qualidade...

beijo

:)

joão marinheiro

Page copy protected against web site content infringement by Copyscape