domingo, março 11, 2007

Como me sinto sem ti…

E eu?
Sabes como me sinto sem ti?
Sem o aconchego da tua voz em mim…

Ando perdido aqui
Cheio de amor transpirando por todo o corpo
Sinto-me vazio sem ti, não somos mais nós…

Estás cada vez mais longe.
Alem, é a distancia que nos separa…
Falta-me a visão para distinguir a tua silhueta inconfundível na multidão
Correr para ti abraçar-te,
Perder-me de encontro a tua boca ávida da minha…

Andas muito calada eu sei
Gosto de ti assim, um silêncio cúmplice
Onde se escuta o mar do silêncio azul profundo
E o bater compassado dos nossos corações em dueto dizendo
Amor! Amor! Amor! Amor!

E porque hoje chove,
E porque esperavas a chuva
Damos as mãos
Vamos sentir a frescura das gotas uma a uma no rosto frias…
Sentir o frio como um gelo que escorrega no peito.

Existimos de roda um do outro, num passe de mágica
Sempre no momento em que o nosso olhar se encontra
No momento em que o nosso corpo se toca
No momento em que o príncipe vem a cavalo e arrebata a cinderela
No momento em que a história deixa de ter um final feliz
E
As palavras
Perdem a candura da inocência

Somos sós, o mar e mais nós…
Resta-nos a palavra para trazer de volta o amor
O teu amor que busco, inventado nas frases tuas em versos…
Que sabem ao salgado do mar, à flor do sal frágil
Brilhando no rosto.
O teu rosto que emolduro na memória com carinho extremo
As lágrimas que vejo assumidas e brilhantes como a lua
O desejo partilhado.
Tantas, mas tantas vezes adiado…

Hoje também eu me sinto em duo
Separado por um fio frágil invisível que me divide ao meio
E o meu meio, passa por dentro de ti, sem te tocar
Maravilha da técnica, da física, ou outra coisa distante.
Fico louco de desejo
Quero-te agora louca
Ou amanhã, doce apaixonada…

Quero-te em dualidade
Doce e louca
De preferência fresca como a água onde te banhas
Ao alvor da manhã ou no acejo da noite
Em qualquer das quatro estações do ano
Mas…
Também eu prefiro o verão, onde te contemplo nua ao sol doirando…

E porque hoje te apetece ser noite calma
Dou-te a mão, levo-te comigo pela beira-rio
Vamos ver os peixes cor de prata brilhando à lua
E sonhar, um no outro
Esperando que a água doce
Encontre o mar ausente por fim…

João marinheiro 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

e hoje que te apeteceu ser noite calma, embalaste o meu corpo
adormeceste-me a alma.
smak!

Maria disse...

Speechless...
Perturbantemente lindo.

joão marinheiro

Page copy protected against web site content infringement by Copyscape

Arquivo do blogue