sexta-feira, março 02, 2007


Dizes que estás. Mas cada vez estás menos. O vazio instala-se em nós e isso assusta-me. Aprendo a imaginar-te. A falar-te. Aprendo a aprender-te totalmente de novo, e quando surges depois desta aprendizagem toda, este exercício mental solitário. Quando surges dificilmente te reconheço por estares no meio de nada. Sem referencias a terra. Sem um horizonte visual. Encontro só o horizonte imaginário falível, que me permite traçar as coordenadas na carta e rumar até ti. Sei que vou ao engano. Sei que a rota está mal calculada. Também não corrigi a declinação magnética. A agulha gira imprecisa. O barco singra como o bêbado oscilando para ambos os lados e eu desisto!Volto ao rumo certo na carta às viagens de ida e volta. Até porque o barco já não existe. Vendi-o. E o marinheiro que te fala é uma criação literária. Um invento. Salva-se a mão que segura a pena que é real e o coração que sente. Tudo o mais é pura ilusão. Pura!
João marinheiro 2007
Fotografia Google

3 comentários:

Anónimo disse...

Tudo o que importa
é um coração que sente!
um abraço Poeta.

Anónimo disse...

Salva-se a mão,a alma e o coração. A mão onde ainda há por recolher uma carícia, a alma com segredos por desvendar; o coração com uma barreira para quebrar. Quanto à ilusão.. essa fica por combater.

Anónimo disse...

mesas vazias
lagos submersos
manhãs tão sombrias
pensamentos dispersos
em noites tão frias,
e frio, frio é o gelo
porém
também eu
queria sê-lo.
ser bem gelada
pra poder não sentir nada
nada!
nem um som
nem uma palavra,
só um vazio
nem está quente
nem está frio,
um buraco
onde não ato
nem desato;
só incerteza
em que nem sei
se estou livre
ou se estou presa.
è demais..
não sei se vens
nem sei se vais;
ou sequer
se chegaste a vir
grande coisa é o sentir
que ao nascer
já vi morrer.

joão marinheiro

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