As palavras hoje são só para ti
Tuas
Eu volto
Volto às memórias
Aos lugares das memórias
Mesmo breves são boas memórias
Espero que voltes também
Dá-me o tempo para me reconstruir de novo de uma outra forma, de um outro sentir
É isso que queres?
É isso que quero?
O sentir possível
Sentir sem sentimento
Chamemos-lhes assim
Sentir estranho e ausente
A palavra persegue-me como uma obsessão em vida
Eu volto
Volto às palavras porque cada vez me sinto mais só
É isso
Tu não entendes
Eu não tenho forma de te explicar este sentir que me mina as entranhas
Que me mata por dentro
Sou um lobo-do-mar cansado
Cada vez mais cansado
O olhar apaga-se como o farol no alvor da manhã
Às vezes brilha, mas isso é quando te imagino
Imagino-te pouco já, dou-me conta
Por isso volto
Por isso tento imaginar-te no princípio do tempo que já não temos. Será que não?
Temos o tempo adiado
O tempo de amanhã
O tempo de depois de amanhã
O tempo de depois de depois de amanhã
Dou-te a mão
Olhamos para trás
Dás-te conta da distância do tempo que nos separa já
Estas palavras hoje são para ti
Estas palavras hoje são para ti
Tuas
Só o tempo não…
João 2007
João 2007
Fotografia Google
6 comentários:
...O tempo é infinito
para quem sempre quer as tuas palavras...
um abraço lobo-do-mar,
que nunca me parece cansado
pois..vê lá o que te faz o vinho..hoje tás de ressaca né?..
o marinheiro sereno sente-se um velho lobo do mar solitário apesar de tudo? A necessidade de consolo, de preenchimento é quase impossivel de satisfazer e tu sabes.. nao digas que não sabes.
O tempo, os minutos de agora, nada melhor que eles, nem ontem, nem hoje sequer, apenas os minutos de agora contam. Deixa vir o resto...
É tão lindo, João...
Porque venho sempre aqui, ler-te?
Porque me revejo no que escreves?
Ou existirá por aqui algum cheiro forte a sargaço e maresia?
Um abraço
nunca me canso de ler e sentir á minha maneira as tuas palavras, continua...
bjinho
Sandra
Sabes que entendo, não é? Como tu também. :)
O tempo meu amigo lobo do mar cansado de marés, é como elas próprias...e que tal rumares a outros mares que te entendem e te escutam tão bem?
Gosto de te ler, sempre em todas as marés, em todos os recantos e daqui te retribuo o mesmo abraço.
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