…Pouca verdade haveria em nós se todas as manhãs começassem assim. Não sei se chegaste aos poucos, trazida pela rotina de mais um dia de trabalho, ou imprevista como as primeiras chuvas, com vontade de conhecer o lado oculto dos naufrágios. Aos poucos prometia-te magnólias pelas manhãs e tu oferecias-me alperces com a inocência de quem desconhece que há vielas onde as mãos se incendeiam. E entre olhares inquietos e cartas de Coríntios tu sorrias e tremias, com um medo de cem alqueires a que eu achava graça.
Cada entardecer era um mistério desvendado pelos teus dedos ansiosos, enquanto crescia nas palavras o mel que os lábios buscavam como alimento. Das mãos as chamas escapavam para profanar lugares por ti já esquecidos, levando abraços, ânforas de pecados, mil propostas para mudar o mundo. Metáforas a mais e a menos, era assim o Tejo pelos fins de tarde. E quando nos escondia a noite, tu aceitavas no rio e nas mãos aquilo que faltava dizer-te Um dia (era Julho) temeste o regresso a terra e antecipaste a chegada do Outono…
Marcelo Teixeira, Terna Ausência
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
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