quinta-feira, fevereiro 08, 2007


Só sei escrever das partidas. Das ausências. Raramente escrevo das vindas porque efectivamente são poucas as chegadas e demasiadas as partidas. Já quase não aguento. Começo a ficar desesperado. A perder a esperança. Sou, dou-me conta com uma profunda tristeza, uma espécie de gare ferroviária no meio de uma Europa estranha. De mim partem todos os comboios rápidos, todas as pessoas. Por ironia ou erro de projecto nesta estação as linhas e os comboios estão sempre de partida assim como as pessoas .
E eu continuo a só saber escrever de partidas e de ausências…

João 2007

Fotografia Google

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao faz mal. Quer escrevas sobre partidas, ausências, saudade ou revolta, as tuas palavras entranham-se nos sentidos de quem as souber ler. Então escreve, e sempre, quando sentires tudo, para que elas não te fujam ou sejam arrastadas pelo vento. Bjs

Anónimo disse...

olha-me como num grito..
nunca viste a minha alma por dentro;
os mortos não andam por aí a passear-se;
levas contigo os meus ossos
( inda que rendilhados; eram meus )
levas contigo a coisa pouca
que de tão pouca
mal soubeste que eram teus.
volta daqui a cem anos; não deixes que me enterrem incompleta.

joão marinheiro

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